segunda-feira, 14 de abril de 2008

Magistradas brasileiras

A revista Trip para Mulheres - TPM nº 74, de março, publicou interessante reportagem sobre juízas brasileiras. Intitulada "Justiça com as próprias mães", a matéria da repórter Ariane Abdallah traça um perfil de quatro juízas e mães, personagens simples, mas com muita bagagem e história de vida para contar.

Dentre as protagonistas, a juíza responsável pela implantação, em 1995, do pioneiro juizado especial fluvial do Amapá e a magistrada paulista que atuou em missão de paz da ONU no Timor Leste.

Admiro muito o trabalho das magistradas brasileiras. No ano 2000, trabalhando como repórter do antigo site jurídico Carta Maior, tive a oportunidade de entrevistar as ministras Eliana Calmon e Fátima Nancy Andrighi, à época as duas únicas mulheres do Superior Tribunal de Justiça. Transcrevo dois pequenos excertos dessas entrevistas, ainda hoje atuais:

"As leis processuais travam muito o andamento dos processos. Mas acho que elas também vêm em conseqüência de uma cultura nossa, absolutamente errada. Nós não damos credibilidade ao juiz de primeiro grau. Hoje, decisão de juiz de primeiro grau é nada! Estruturalmente, seria preciso fazer com que as decisões dos nossos magistrados de primeiro grau fossem decisões respeitadas, para haver o recurso apenas e unicamente nas situações que precisasse." (ministra Eliana Calmon)

"É preciso buscar a humanização da justiça. Acossados pelo excesso de trabalho, os juízes não estão mais conseguindo olhar nos autos de um processo e ver que, atrás daquelas páginas, milhares de páginas às vezes, existe um ser humano sofrendo. Precisamos retornar a isso, sob pena de fracassarmos." (ministra Nancy Andrighi)
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Confira a reportagem "Justiça com as próprias mães".

PS: Descobri a reportagem da TPM após indicação do blog do Fragale.

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