segunda-feira, 14 de abril de 2008

Você já financiou o crime?


Acabo de receber pelo correio um livro que adquiri semana passada. Começo a folheá-lo e, logo nas primeiras páginas, abaixo da logomarca da Associação Brasileira de Direitos Reprográficos - ABDR, há um pequeno texto.

Começo a ler, a mensagem parece interessante e me chama a atenção, mas aí vem o dramático final...

"Compre em lugar de fotocopiar.
Cada real que você dá por um livro recompensa seus autores e os convida a produzir mais sobre o tema; incentiva seus editores a encomendar, traduzir e publicar outras obras sobre o mesmo assunto; e paga aos livreiros por estocar e levar até você livros para a sua informação e o seu entretenimento.
Cada real que você dá pela fotocópia não autorizada de um livro financia um crime e ajuda a matar a produção intelectual em todo o mundo."
(texto original, transcrito na íntegra; grifo meu)

Será que as cópias que costumo tirar na "xerox" do tribunal financiam mesmo um crime? E os estudantes universitários, também são financiadores de criminosos por fotocopiar partes de um livro nos centros e diretórios acadêmicos?

Não sou contra os direitos autorais, mas considero ridículos textos como este ou campanhas como aquela da TV e dos cinemas em que um cidadão compra um DVD pirata no camelô e, de troco, recebe balas de revólver. É preciso ter uma mente muito fantasiosa para imaginar que o dinheiro pago no mercado informal esteja ligado à compra de armas e munições ou que uma cópia reprográfica financie o crime.

Minha sugestão à ABDR: acrescentar o adjetivo "organizado" após a palavra "crime". Vai deixar o texto ainda mais apelativo.

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