quinta-feira, 1 de maio de 2008

Ex-presidentes discutem combate às drogas *

Informa o Correio Braziliense deste 1º de maio que os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e César Gaviria (Colômbia) foram eleitos co-presidentes da Comissão Latino-Americana sobre Drogas e Democracia, criada na véspera, no Rio de Janeiro.

A boa notícia é que a comissão pretende discutir a questão das drogas de um modo diferente do modelo puramente repressivo dos EUA, sem também se levar pelo que foi qualificado como "liberou geral". Nesta linha, uma das primeiras idéias é a despenalização do usuário.

FHC chegou a dar uma abordagem interessante ao tema: "Não estou dizendo que tenha que legalizar. Mas não se pode usar a mesma medida repressiva para todo tipo de droga, porque elas não têm a mesma conseqüência", ponderou, acrescentando que uma das saídas em relação ao consumidor de maconha pode ser o uso dos meios de comunicação para mostrar os danos causados, à semelhança das campanhas antitabagistas, e não o cárcere.

A discussão se mostra ainda mais importante quando a mídia informa que diversos representantes do Ministério Público têm ingressado em juízo com pedidos liminares para impedir a realização da "Marcha da Maconha", agendada para o próximo domingo (4/5) em dez capitais brasileiras.

Para os promotores paulistas Marcelo Barone e Paula Castanheira Lamenza, por exemplo, "há fortes indícios de crime, quiçá sejam patrocinados por traficantes de drogas que a eles só interessa auferir lucro fácil e generoso à mercê da miséria e da debilidade da saúde do povo brasileiro". A Justiça de São Paulo, todavia, rejeitou o pedido.
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Sobre o tema, indico a leitura do blog do Mílton Jung, apresentador da rádio CBN. No blog, há duas ótimas entrevistas, uma com o jurista Walter Maierovitch e outra com o já mencionado promotor Marcelo Barone.

Segundo o Jornal da Globo de hoje, a Marcha da Maconha está proibida judicialmente em Salvador, Cuiabá e João Pessoa. Assista à reportagem.

Se quiser saber mais, visite o site oficial da Marcha.

* Atualização de 8/5 - No final, a Marcha foi proibida em nove das dez cidades brasileiras em que estava agendada. Somente em Recife a Justiça não impediu a manifestação.

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