segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Cobrar pelo conteúdo online. Sim ou não?

O debate sobre se jornais e outros veículos de comunicação devem cobrar pela leitura de seu conteúdo online segue interessante. Na última semana, New York Times e New York Observer trataram do tema.

O Observer trouxe dados de outro jornal estadunidense, o Newsday. Este, em outubro passado, decidiu cobrar pelo acessso a seu site. Três meses depois, o jornal conseguiu apenas 35 assinantes virtuais. Os preços são de US$ 5 por semana ou US$ 260 por ano.

A notícia, publicada no Comunique-se em 27/1, ainda informa que o Newsday investiu cerca de US$ 4 milhões na reformulação do site e arrecadou US$ 9 mil com as assinaturas. O Observatório da Imprensa também destacou o caso e a insatisfação de repórteres e editores.

Robert Wright, blogueiro do New York Times, por sua vez, questionou a decisão - já comentada em Direito na Mídia - de que o Times passará a cobrar pelo acesso ao conteúdo online a partir de 2011.

Na visão do blogueiro, o desafio da empresa é cobrar de pessoas que lêem dezenas de artigos do jornal por mês e que pagariam para manter tal hábito, ao mesmo tempo que permite que leitores que chegam ao Times via buscadores virtuais ou através de links em blogs não paguem para ler aquela matéria específica.

O risco não é pequeno. Para Wright, o último grupo é "crucial", porque "se os melhores blogueiros deixarem de linkar conteúdo do Times porque os links levam a uma parede [pedagiada], então a atual propaganda do Times - 'Onde as conversas começam' - deve ser mudada para 'Onde as conversas terminam'".

A longo prazo, completa o articulista, "a tendência é de que mais pessoas vão ler mais coisas por indicação de outras; elas não começarão o dia buscando as home pages dos grandes jornais e revistas mas em geral seguirão as indicações de seus blogueiros (...) de tuiteiros que seguem ou de amigos do Facebook".
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Confira a coluna de Robert Wright para o NY Times de 26/1, já traduzida para o português, no ótimo site Vi o Mundo, do jornalista Luiz Carlos Azenha.

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