segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Espaço Econômico

Os planos e os bancos

Por Fernando Teixeira, especialmente para o Direto na Mídia

Banco no Brasil, Itaú, Bradesco, BNDES, Caixa Econômica Federal e Santander são os bancos, em termos de ativos, segundo classificação do Banco Central. Nesta semana o Bradesco e o Santander exibiram seus balaços. E advinha: novos recordes em lucro líquido.

O Bradesco apresentou lucro líquido recorde no acumulado de nove meses: R$ 7,035 bilhões. As operações do Santander Brasil já representam 25% do resultado global do grupo e no acumulado do ano, o lucro foi de R$ 5,464 bilhões, 39,5% superior ao de 2009.

Conversei com o professor de Economia da Fundação Instituto de Administração (FIA) e presidente da Fractal Instituto de Pesquisa, Celso Grisi sobre o assunto e ele foi taxativo: "será um ano excelente para acionistas e para bancos. Eles crescem mais pela quantidade do que pela base e taxas cobradas. Isto faz com que tenhamos juros melhores e taxas mais competitivas". Não esquecendo que os níveis de inadimplência e as carteiras de crédito tomam proporções inimagináveis há 20 anos.

Há pouco mais de 20 anos, o país era mergulhado em taxas de inflação de três dígitos. Em 1982, para reavivarmos a lembrança, tivemos uma desvalorização de 110,2%, ao mês, da moeda da época. O Brasil precisou cortar nove zeros da moeda entre a década de 1980 até o lançamento do real.

Com o real tivemos controle do antigo dragão e a dona de casa começou a ter poder de compra de itens básicos como alimentação. Foi a primeira revolução econômica. A segunda foi parear o dólar ao real, para mim o motivo para reeleição de Fernando Henrique Cardoso. A classe média, tão indefinida no passado, pode gastar reais na Europa e EUA.

Hoje temos mais uma revolução: a nova classe C, que não consome apenas alimentos ou viaja para o exterior. Ela abre conta em banco, tem cartão de crédito e compra carros, faz viagens com a família toda e agora quer casa própria.

Perceba que falamos de produtos que demandam crédito de longo prazo. Além de fidelizar clientes nos bancos, a economia se aquece, a indústria produz. Ela também chama crédito, principalmente no setor de pequenas e médias empresas. Alguém tem dúvida que os bancos baterão recordes por vários anos?

Fernando Teixeira é jornalista de finanças e autor do Blog do Fernando Teixeira.

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