Na época do julgamento das ações relativas ao impeachment do presidente Fernando Collor, os ministros do Supremo Tribunal Federal ficaram nacionalmente conhecidos, em especial Sydney Sanches, o então presidente do STF, que presidiu também o Senado no processo de impeachment.
Com o julgamento do mensalão, a cobertura da imprensa fará com que a atual composição do Supremo (foto) volte a ser conhecida do grande público e não apenas dos operadores do direito.
Alguns terão especial destaque, como o relator Joaquim Barbosa, o presidente Ayres Britto e os que souberem proferir as melhores frases curtas, aquelas que parecem feitas especialmente para o Jornal Nacional e outros telejornais, onde o tempo é precioso.
Além disso, graças à TV Justiça e à internet, os longos votos (alguns quase intermináveis) dos onze julgadores serão amplamente debatidos pelos profissionais do direito e estudantes, especialmente pelo Twitter e Facebook.
Para os ministros, a situação também é cômoda, embora não tão favorável quanto a do procurador-geral da República. A princípio, a imprensa só deverá criticá-los caso decidam pela absolvição dos acusados mais conhecidos. A exceção é o ministro Dias Toffoli, que já está sendo pressionado pela mídia para não participar do julgamento.
O que a sociedade espera é que, com opinião da mídia favorável ou contrária, os ministros julguem apenas de acordo com as provas dos autos.
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Confira as outras postagens de nossa série especial sobre o julgamento do mensalão.
Nos próximos dias, falaremos especificamente de alguns ministros do STF. Na sequência, dos defensores.
Crédito da foto: Nelson Jr/STF.
2 comentários:
Adorei o texto. E, não só pela pressão midiática, também sou contrário à participação do Dias Toffoli na votação, pelos mesmos motivos políticos mostrados à exaustão. Ademais, fui contra sua indicação para compor o Excelso Pretório por motivos simples: não tem notório saber jurídico e tão pouca ilibada reputação!
Abraços!
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