segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Mensalão 2º dia: Gurgel centra acusação em Dirceu

No dia reservado à acusação, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, lembrou que o termo "mensalão" não foi criado pelo Ministério Público, mas pela imprensa e "por um presidente de partido da base aliada", referindo-se a Roberto Jefferson, do PTB

Como era esperado, "carregou na tinta" e abusou do recurso da adjetivação para dar maior ênfase às suas alegações: "foi o mais atrevido e escandaloso caso de corrupção já ocorrido no Brasil", afirmou, com nítido exagero. O procurador-geral pediu a condenação de 36 dos 38 acusados e a absolvição apenas de Luiz Gushiken e Antônio Lamas.

A figura central da acusação foi mesmo o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu (foto). Para Gurgel, "Dirceu era precisamente o líder do grupo, foi a principal figura de tudo que se apurou, o mentor principal, seu grande protagonista".

Justificando só possuir provas testemunhais contra José Dirceu, sustentou que "como quase sempre ocorre com os chefes de quadrilha, o acusado não aparece ostensivamente nos atos de execução do esquema (...) o autor intelectual no crime organizado age entre quatro paredes, não fala ao telefone, não envia mensagens eletrônicas, não movimenta dinheiro, age por outras pessoas, os laranjas".

Trabalho redobrado para o advogado José Luis de Oliveira Lima, defensor de Dirceu, o primeiro a fazer sua sustentação oral, daqui a instantes.

A acusação repercutiu na imprensa durante todo o final de semana. Agora é a vez da defesa, que terá em torno de duas semanas para ser ouvida pelos ministros.

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